Aconteceu novamente. Do
nada, a imagem surgiu. Não a imagem, mas sim uma sombra dela. Parte de um
sorriso, parte de algo que se calhar nunca existiu, partidas de uma mente que
na verdade tem vontade própria.
Nas profundezas daquilo que me é desconhecido, planos têm
lugar sem o meu conhecimento e, consequentemente, sem o meu controlo. O
resultado é esta junção de projecções, de retratos de um passado cuja razão de
existência se prende somente a memórias que não passam disso, mas que, por
vontade própria ou por forças externas que me são desconhecidas, procuram ser algo
mais.
Contornos de um corpo que não existe, palavras que nunca
foram proferidas, maquinações da total ausência de controlo, pois o subconsciente
ainda é inacessível. E, por isso, elas surgem, uma e outra vez.
Curioso problema este que tantos claramente afecta. O que
será melhor? Viver no passado através de memórias que vão sendo livremente
moldadas, ou ignorá-las perante a incerteza do futuro?
O comum dos mortais diz que não se pode fugir do passado…
mas aqui alguém está realmente a fugir?
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