segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Racionalmente Emocional

          Nas profundezas da incerteza da minha realidade irreal, dou por mim a contemplar a importância paradoxal do que me rodeia. O que aparenta ser importante não o é, e o que aos demais nada importa é o que realmente interessa. Esta disparidade de perspectivas, movida apenas pela capacidade de uma empatia lógica, leva apenas a que haja uma frustração constante em diálogos e demais interacções sociais onde esta conexão antitética é mais que evidente.

            Uma vez mais, tudo se resume à impulsividade derivada de um estado emocional sobre-desenvolvido, onde todas e quaisquer construções e interpretações são distorcidas e desprovidas total ou parcialmente de qualquer interpretação lógica, resultando numa interacção potencialmente despropositada e consequentemente desconfortável.

            Tudo mais não passa de um equívoco, de uma falha no suposto complexo padrão de interpretação de um diálogo com pelo menos um locutor e um receptor. Um equívoco que pode muito bem ser resolvido, bastando apenas que haja uma predisposição em abdicar de forma mais consistente das tendências emocionais.

            Apesar da disparidade, da aparente discordância perante a capacidade de sentir, é importante referir que a mesma continua a ser importante. Contudo, e como nas mais variadas áreas e assuntos, tal tem que ser medido e contido, de forma a que discursos lógicos e coerentes não sejam gravemente prejudicados apenas porque um dos intervenientes se deixou influenciar pela sua tendência natural de sentir.

            Houve, há e continuará a haver lugar para tudo, principalmente para uma ponderação lógica nesta realidade longe de utópica onde sentir é mais vezes um obstáculo que a solução.