Sentado
à frente de uma qualquer secretária,
Rodeado
por palavras de significado ausente,
Procedo
a mais uma reflexão,
A
mais um desperdício de tempo para a mente.
Navegando
nas memórias bem cravadas,
Surge
a saudade de tempos de futuro incerto.
As
imagens iluminam a escuridão que banha a secretária,
Mas
sei que a visita é temporária.
Insistindo,
elas aparecem de dia e de noite,
Assumindo
a forma dos já idos,
Ou
simplesmente dos que estão longe,
E
aparecem porque simplesmente se pode.
Sanidade
é algo vago,
E
neste caso inexistente,
Pois
a dor de gosto amargo
Mostra-se
sempre exigente.
De
que adianta aprender a gostar
Se
tal apenas leva ao piorar?
De
que adianta avançar
Se
persiste o recuar?
Poderia
continuar a divagar,
Afogando-me
num oceano de palavras,
Mas
o ritmo da vida
Simplesmente
não tolera dramas.
Por
muito esperei
E
seria de esperar algo melhor,
Mas
a solidão é lei
E
a loucura a sua dor.
Concluindo
este pensamento abstracto,
Resta-me
agradecer
À
solidão e à loucura
Por
lá terem sempre estado.
Ass:
Daniel Teixeira de Carvalho