terça-feira, 13 de novembro de 2012

Enfim


Sempre presente
Sempre atento
Assim fui eu
Sem qualquer desalento.

Sempre a ajudar
Sem alguma vez pensar em parar
Porque auxiliar
Sempre foi o meu intento.

Ouvindo notícias boas e más
Esperando que a vida não volte atrás
Pensava eu,
Inocente como os demais.

Umas vezes culpado
Talvez até em excesso
Mas ao descobrir que tal foi engano
Vontade surgiu para reparar esse dano.

Puro ódio negro,
Reluzente raiva ardente
E tímida esperança reluzente
Juntaram-se para assombrar a minha mente.

Não há espaço para gratidão
Quando a obscura imensidão
Congelou qualquer necessidade de emoção,
Criando uma provável aberração.

Dor, minha amiga,
Sempre fiel e presente,
Professora da vida
E mais sábia que a mortal gente.

Aprendendo diariamente
Fragmentando uma já perturbada mente
Para evitar uma saúde demente
Assim se viveu e, quiçá, se continuará para todo o sempre.

Nunca um mártir
Nem esperando atenção.
Apenas mais um
Tentando dar exemplos à multidão.

Quando a vida se volta contra ti
Quando tu fazes por isso,
Há uma lição a tirar
Que não um continuado improviso.

Continua assim
Caminhando para o precipício.
A vida é curta,
E talvez seja tarde quando te aperceberes disso.

Sentem dor e queixam-se.
Não conseguem compreender
Que ela faz parte do viver
E que só quer ajudar o próprio ser.

Tentei e falhei
Quando tentei ensinar
Que a frieza e a preocupação decente
Seria algo a tomar.

Tal não me preocupou
Por haver sempre algo mais importante.
O mundo mudou
E custa-me dizer que se tornou mais ignorante.

Contudo,
Continuo na mesma.
Não adianta sentir pesar
Por algo que não se quer preocupar.

Em dor me encontro e os vejo,
Preocupando-se com o mais puro nada
E vivendo vidas de puro desleixo
Como se tal fosse o propósito da vida.

Olho para ela e sorrio.
Afinal de contas, eles são como eu,
Apenas não sabem usar a dor
Na vida que se lhes deu.

Ass: Daniel Teixeira de Carvalho