sábado, 24 de dezembro de 2011

Algo para aproveitar


Um novo tempo,
Uma mesma tradição.
Pode não existir a cem por cento,
Mas continua a surgir com prontidão.

É possível ver as ruas decoradas com alegria,
Algo que contagia quem por elas anda.
A explicação vai para além da magia
Que esta data todos encanta.

Fico feliz por quem as festeja,
Mas mais quando através dela outros ajudam,
Porque apesar do que se deseja,
As essenciais necessidades nunca mudam.

Aproveite-se ao máximo este dia,
E que se passe com quem mais se gosta.
Que se mantenha a sua moral insígnia,
E que a felicidade seja a sua maior proposta.





















Ass: Daniel Teixeira de Carvalho

Uma grande diferença


Olhem para eles.
Olhem para eles a andarem de um lado para o outro como se a sua vida estivesse em jogo.
Chega esta data natalícia e as personalidades alteram-se de tal forma que até eu fico surpreendido.
Ao vaguear pelas ruas, ou a descansar no telhado ou ao espreitar pela janela, o que mais vejo são pessoas carregadas com sacos, alguns dos quais parecem equivaler ao peso de quem os transporta.
É compreensível o porquê. É definido como dia de dar e receber, mas o que se esquecem é que essa expressão não se refere à faceta material da coisa, mas sim a algo que de palpável não tem nada.
Os produtos materiais oferecidos poderão muito bem vir a ser esquecidos e a deteriorarem-se com o passar dos anos, mas actos como ajudar o próximo são algo que se mantêm para todo o sempre, e é esse o verdadeiro significado desta data que foi mais uma das que padeceu ao materialismo.
Continuo a observá-las a andar de um lado para o outro, e no topo do sítio onde estou, olho-os com um certo desprezo, mas devido ao espírito da data, até alguém como eu se deixa influenciar, tal é a energia sentida.
É impossível não esboçar um sorriso, não pelo comportamento patético, mas sim por saber que é só uma questão de tempo até se aperceberem do verdadeiro porquê deste dia.
Enquanto tal não acontece, irei continuar o meu trabalho.

Death Master

domingo, 11 de dezembro de 2011

Renascimento


É impossível não marcar,
E ainda mais não ser marcado.
Marcado seja por quem nos costumamos dar,
Ou por este mundo em que temos habitado.

É tão certo como o próprio respirar,
Porque se não acontecer,
Acaba por se estranhar,
E é outra a sensação de viver.

Só é pena essa marca não ser sempre o que se deseja,
Porque por maior que seja a pessoa,
Há sempre quem de troça a veja,
E isso nunca é coisa boa.

Muitos homens e mulheres foram desprezados,
Não só pelos seus próximos mas também pelo seu tempo,
Mas ainda bem que não se fizeram rogados,
E nunca abandonaram o seu intento.

Podem ter apenas sido reconhecidos depois do fim.
Faz parte da imperfeição humana
A tendência de tarde demais valorizar, enfim,
Mas a verdadeira valorização ninguém engana.

Apesar de não parecer,
Esses valores existem nesta geração.
Numa outra forma para que melhor se possam perceber,
Se bem que quase sempre em vão.

Mas cá eles estão.
Sejam eles por música, escrita ou outros tipos de arte
E se eles realmente em mim habitam,
Fazê-los triunfar será a minha parte.






Ass: Daniel Teixeira de Carvalho

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Retrato do Fingimento


Dizem que o poeta é um fingidor,
E tão fingidor é
Que finge a própria dor
Que lhe está ao pé.

Mas porque fingirá ele?
Será porque não consegue sentir
O que vai para além da pele,
Ou simplesmente não se consegue ferir?

Fingirá racionalizando
Por não o conseguir fazer sentindo,
Ou simplesmente ignorando,
E simplesmente pensando?

Ou será que finge
Por não gostar do que o rodeia
E que constantemente o atinge,
Preferindo projectar nele e viver da sua ideia?

Não se sabe o porquê do seu fingimento,
Ou pelo menos não se tem a certeza,
Porque é do seu próprio conhecimento
Que nasce a sua fingida riqueza.

Só o poeta saberá porque finge.
Poderá ser tudo ou até mesmo nada.
O que é certo é que a ele se cinge,
E é preferível viver fingindo que uma vida enganada.











Ass: Daniel Teixeira de Carvalho