Dizem
que o poeta é um fingidor,
E
tão fingidor é
Que
finge a própria dor
Que
lhe está ao pé.
Mas
porque fingirá ele?
Será
porque não consegue sentir
O
que vai para além da pele,
Ou
simplesmente não se consegue ferir?
Fingirá
racionalizando
Por
não o conseguir fazer sentindo,
Ou
simplesmente ignorando,
E
simplesmente pensando?
Ou
será que finge
Por
não gostar do que o rodeia
E
que constantemente o atinge,
Preferindo
projectar nele e viver da sua ideia?
Não
se sabe o porquê do seu fingimento,
Ou
pelo menos não se tem a certeza,
Porque
é do seu próprio conhecimento
Que
nasce a sua fingida riqueza.
Só
o poeta saberá porque finge.
Poderá
ser tudo ou até mesmo nada.
O
que é certo é que a ele se cinge,
E
é preferível viver fingindo que uma vida enganada.
Ass:
Daniel Teixeira de Carvalho
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