sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Um Futuro nas Estrelas

Na escuridão da minha vida
Dou por mim a pensar,
Se esta minha deriva
Algum diria irá passar.

Incidentes mais penosos
Nela tiveram lugar,
E os meus pensamentos ditos horrorosos
Só puderam ainda mais agravar.

A estranha natureza da minha mente,
Igualmente estranhas perspectivas me permite.
Não tem dó pela humana gente,
E muito menos por aquele que a mantém presente.

A saúda nefasta prega as suas partidas,
Perturbando o que já está perturbado há muito.
A mente desdobra-se em várias facetas,
Porque pode ou só para atenuar tal distúrbio.

As memórias surgem,
Fluindo como um infinito rio
Onde as vontades urgem
Antes que fiquem por um fio.

Imagens e momentos de quem amei e amo,
Outros por mim falsamente enraizados,
Todos com o seu sentido encanto,
Mas temo vir a não saber quais foram vividos.

A incerteza é assassina.
A ansiedade é sua amante.
A desilusão mantém viva a sina
E a ilusão torna tudo mais interessante.

Pela ilusão me acompanho então,
Questionando-me se ela é ou não minha criação.
Creio que é essa a verdadeira questão,
Essa e saber se no fim terei alguma forma de perdão.

O caminho é longo,
Mas pelos vistos bem iluminado.
Por algo melhor rogo,
E talvez menos conturbado.

Na esperança, por fim sorrio.
Olhando para cima, vejo que são realmente belas.
Olhando para a frente, prossigo,
Aguardando por um futuro nas estrelas.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Diferente

Adversidades tantas
Contam histórias tais
Que quem as ouve se encanta
Com os seus temas principais.

A moral é agradável.
Aprecia-se o seu propósito.
A sua perspectiva é deveras amável,
Podendo tornar cada um menos odioso.

Contudo, falha crassamente,
Pois depende do humano bom senso,
Algo que tão claramente
É cada vez menos extenso.

Humildade laboral, sim,
Mas concretização agora não,
Pois o momento não permite tal fim,
Restando apenas esperar então.

Promete-se uma ardente paixão,
E o amor sim é verdadeiro.
Mas depressa se quebra o coração,
Pois a paixão não passava de desejo.

Sucintamente é isto,
Um átrio meramente ilusório.
Algo que quanto mais é visto,
Mais parece irrisório.

Talvez haja realmente esperança,
Talvez não seja uma igual ilusão,
Talvez valha a pena esta dança,
Talvez não haja nenhuma profanação.

O simples mortal assim espera,
Reduzido ao seu nada.
Aguardando por um futuro que era
E que nunca mais chegava.

A luz é brilhante, evidentemente,
Mas tem preferências na mortal gente
Que esconde numa igualdade constante

Que tudo na verdade é diferente.