Desde
os nossos primórdios
Tem
existido um confronto
Entre
dois mundos mais que históricos,
Sendo
um deles mais que hediondo.
Para
além do mundo infernal
E
do seu oposto,
Existe
o mundo pessoal,
Mundo
esse que talvez mereça um melhor gosto.
Contudo,
tal mundo não se encontra só,
Ele
próprio fragmenta-se
Sem
piedade nem dó,
Porque
quem nele vive afugentar deixa-se.
Todos
acabam por entrar no virtual,
E
todos pretendem deixar a sua marca,
Seja
ela natural
Ou
proveniente de uma alterada arca.
Dou
por mim rodeado por imensas colinas digitais.
Vejo
imagens e oiço-as também,
E
sigo pelos vales
Desta
nova terra de ninguém.
Avanço
à procura,
Visto
nada mais me importar,
E
quando a encontro na noite escura
Recosto-me
para observar.
A
minha ajuda está sempre disponível
Para
aqueles que a pedem,
E
mesmo que pareça invisível,
Certifico-me
que eles se contentem.
Não
sei durante quanto tempo é que observo.
Sei
apenas que o sítio onde me sento
Se
encontra num mortiço virtual nervo
E
que parece esquecido pelo tempo.
Por
vezes tudo o que temos desaparece,
E
a surpresa deixa-nos estáticos.
A
vida enegrece,
E
a falta de ar deixa-nos mais que asmáticos.
Levanto-me
no preciso momento
Em
que o meu assento
Aceita
o seu tormento
E
morre por ter acabado o seu tempo.
Ao
contemplar o pó,
Volto
o olhar para onde olhava,
Para
ver um só
Nada
que me atormentava.
Olho
à minha volta.
Mais
colinas se transformam em pó,
E
desapareço antes que esta queda esbelta
Me
deixe mais que só.
A
este mundo voltarei,
Tal
como os outros que acabarei por vir a conhecer.
Contudo,
só de viver acabarei
Quando
mais nada houver a fazer.
Caminho
entre mundos,
E
como outros, deixo a minha pisada
Para
que nesses escombros
Ela
seja lembrada e acarinhada.