domingo, 27 de janeiro de 2013

Um último desabafo?


Quando a tristeza chega
Questionamos o porquê da sua vinda.
Procuramos enxergar
O porquê desta nova vida
Que corroi a nossa
De forma nada misericordiosa.

Tudo se deve ao querer algo,
Ao querer algo que já se teve
E que agora não pode ser recuperado
Por causa da distância entre
O presente e o passado.

Viveu-se, passou a ser memória,
E a memória tornou-se saudade,
Saudade essa que se manifesta
Quando surge a inocente oportunidade
De reviver aquela vida perdida.

As imagens surgem
E podem ser sentidas de mil e uma formas,
Enganando-nos porque reais não são,
Apenas as idas horas
De felizes tempos que já lá vão.

Não adianta expressar esta dor,
Seja através de músicas ou de meras palavras,
Uma vez que ela existirá sempre
Acompanhando estas passadas
Ignorando o esforço
Dela me livrar,
Algo que parece dar-lhe motivos para celebrar.

Enquanto o sangue se junta ao chão duro
Aguardo a minha hora
Aqui,
Sozinho no escuro.



Ass: Daniel Teixeira de Carvalho