sexta-feira, 14 de julho de 2017

Tempo

          Tanto quanto sou levado a crer, o tempo e tudo o que ele envolve tem sempre tido um lugar especial na nossa curiosidade colectiva. Desde tempos imemoriais que a nossa curiosidade no futuro nos levou a ponderar na possível viagem até ele, sendo inegável que o mesmo possa ser nutrido pelo passado. Vários físicos delinearam toda uma série de teorias, indo desde a simples impossibilidade de tal vir a acontecer às simplesmente complexas consequências do que aconteceria assim que nos víssemos num tempo que não o nosso.

            Tal como tudo que se prende à curiosidade, também medo se prende ao tempo, e, neste caso, tudo se resume à condição finita da nossa natureza. Mais cedo ou mais tarde, o nosso tempo chegará. Tudo isto despertou toda uma veia filosófica, surgindo de todos os lados expressões que defendem a apreciação de cada segundo como se fosse o último. Falta somente saber se tal prática realmente faz efeito.

            Perante as implicações do tempo, e acrescentando o desespero que a nossa condição humana nos confere, de que servem meras filosofias àqueles que querem verdadeiros resultados? Porquê aceitar quando aparenta haver alguma forma de esperança onde tudo pode ser revertido e controlado? Porquê viver uma ilusão? Simples, porque não o é. O tempo da nossa vida, ou melhor, a vida que vivemos no nosso tempo, é a actividade mais longa que iremos alguma vez levar a cabo, e, claro está, que como aparentemente é a única que vivemos, faz todo o sentido que a saibamos aproveitar.

            Apesar de tudo, iremos sempre continuar a querer que o tempo seja tão manipulável quanto o espaço, ao qual prontamente digo que é possível, não sendo preciso mais que o uso da imaginação. Contudo, e eu sou o primeiro a dizer, que seria excelente quebrar as barreiras da minha mente e através dela fazer o que sempre fiz mas no mundo real.

            Cada coisa a seu tempo.