Tanto quanto sou levado a
crer, o tempo e tudo o que ele envolve tem sempre tido um lugar especial na
nossa curiosidade colectiva. Desde tempos imemoriais que a nossa curiosidade
no futuro nos levou a ponderar na possível viagem até ele, sendo inegável que o
mesmo possa ser nutrido pelo passado. Vários físicos delinearam toda uma série
de teorias, indo desde a simples impossibilidade de tal vir a acontecer às
simplesmente complexas consequências do que aconteceria assim que nos víssemos num
tempo que não o nosso.
Tal como tudo que se prende à curiosidade, também medo se
prende ao tempo, e, neste caso, tudo se resume à condição finita da nossa
natureza. Mais cedo ou mais tarde, o nosso tempo chegará. Tudo isto despertou
toda uma veia filosófica, surgindo de todos os lados expressões que defendem a
apreciação de cada segundo como se fosse o último. Falta somente saber se tal
prática realmente faz efeito.
Perante as implicações do tempo, e acrescentando o
desespero que a nossa condição humana nos confere, de que servem meras
filosofias àqueles que querem verdadeiros resultados? Porquê aceitar quando
aparenta haver alguma forma de esperança onde tudo pode ser revertido e
controlado? Porquê viver uma ilusão? Simples, porque não o é. O tempo da nossa
vida, ou melhor, a vida que vivemos no nosso tempo, é a actividade mais longa
que iremos alguma vez levar a cabo, e, claro está, que como aparentemente é a
única que vivemos, faz todo o sentido que a saibamos aproveitar.
Apesar de tudo, iremos sempre continuar a querer que o
tempo seja tão manipulável quanto o espaço, ao qual prontamente digo que é
possível, não sendo preciso mais que o uso da imaginação. Contudo, e eu sou o
primeiro a dizer, que seria excelente quebrar as barreiras da minha mente e
através dela fazer o que sempre fiz mas no mundo real.
Cada coisa a seu tempo.