sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vida Matemática

Números, incógnitas, fórmulas, rectas e parábolas.
Funções, logaritmos e expressões.
Exercícios, questões e problemas por vezes em fábulas.
Grandes esforços que devido a ínfimos erros levam a desilusões.

Não nego que tudo isto tem o seu grau de importância,
Mas acho pertinente questionar se deverá ser atribuída assim tanta,
Isto porque esta vida possui um outro tipo de ânsia,
E necessidade para tamanha complexidade não levanta.

É certo que somos números e somos regidos por eles,
Mesmo que não nos agrade, estamos cercados.
Com eles devemos trabalhar, mas não exageradamente por estes serem reles.
E grande parte destes longos processos não chegam a ser futuramente utilizados.

O básico, a soma, a subtracção, a multiplicação e a divisão,
É impossível viver sem eles.
Quanto à raiz, ao logaritmo, às funções e ao neperiano, receio que caiam na solidão.
Parabéns aos matemáticos que fizeram passar os pensamentos que eram deles.

É assim o sistema,
A cada um é atribuído um número muitas vezes injusto e sem significado.
Ser alguém no futuro é o tema,
Mas por vezes, nada substitui o dano por esse número causado.

Começa tudo com uma equação,
A resolução é por vezes atónita.
Contudo, ela acaba por ser concluída sem hesitação,
E no fim, o resultado é uma eterna e repetida incógnita.











Ass: Death Master

Mundos Espelhados

Vivo uma ilusão.
Apesar de me esforçar para isto mudar,
Vejo quebrada a minha revolucionária visão.
Contudo, nada me pode impedir de continuar a tentar.

Desiludo-me por cada vez que olho em volta,
Desiludo-me porque é nesta desilusão que surge a minha procura,
E é através desta desilusão que a vou levar à derrota,
Porque só assim se pode transmitir a cura.

Multifacetado me encontro.
Possuo o sonho de Pessoa, o fragmentado,
E o espírito patriótico, contudo ignorado de Camões, mas num outro mundo,
E é com isto que vejo o meu talento aumentado.

Por vezes vejo-me numa sala cheia de espelhos de luxúria crescente,
E diferentes partes de mim vejo em espelhos nesses espelhos.
Apesar de diferentes, somos iguais, pois nenhum de nós mente,
E todos queremos acabar com os tempos velhos.

Dizem que não se pode fugir ao nosso Destino,
Mas recuso-me a aceitar ter algo a manipular-me.
Precipito-me contra as garras das três irmãs que contrariam o meu hino,
Mas eu próprio sigo com a foice que prometeu eternamente obedecer-me.















Ass: Death Master

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

(Re)Desassossego

Estranho que apesar daquilo que nos diferencia,
Acabamos todos por partilhar.
Apesar de por vezes não parecer, todos têm vida,
E todos por ela se deixam iluminar.

Vivem todos num tumulto organizado,
Dando a parecer que tinham sido programados.
Vivem num desassossego sossegado,
E a essa realidade confinados.

Perante o que é adverso,
Há quem se fragmente,
Ora por seu próprio desejo,
Ora porque fora obrigado meramente.

Há quem se mantenha indiferente,
E indiferente em todos os aspectos fica.
De certo que fica ignorante,
E quando é para tomar acção, hesita.

Maldita seja a vida por criar desperdícios,
Que à sua falsa filosofia se mantêm presos.
Também seja louvada por criar os que são destes inimigos,
Que contra eles lutam apesar de sentirem enorme pesos.

Realidade procura-se.
E há quem se perca nessa procura que se deu.
Uma resposta espera-se,
Mas no fim pergunta-se sempre, quem sou eu?











Ass: Death Master


Acordo Ortográfico

             É certo e sabido que o país em que vivemos vai de mal a pior enquanto o tempo passa. É certo e sabido que apesar das promessas dos nossos caros governantes, os preços sobem, o povo é despedido, e os bolsos ficam vazios. Perante estas promessas e medidas políticas que em nada dão a não ser na desilusão e revolta do povo (e com razão), e como se não bastasse arruinarem o país dos dias de hoje, pretendem agora arruinar o que levou séculos a formar-se.
            Querem que todos escrevam segundo as leis do dito Acordo Ortográfico. Abolir consoantes mudas, acertar a pontuação e sabe-se lá mais o quê. Estas mudanças não fazem qualquer sentido. Sejamos sinceros, o português de Portugal está muito bem como está e não precisa de ser mudado.
            O que muitos não sabem, é que o português de hoje demorou séculos a formar-se, começando por divergir-se do latim, e modificando-se consoante a localidade. Muitos foram os artistas, aliás, os grandes artistas que ajudaram nesta mudança e que tornaram Portugal conhecido fora das paredes deste pequeno rectângulo à beira mar plantado. Refiro-me a Luís de Camões, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Cesário Verde, José Saramago, entre muitos outros. Estes artistas dedicaram grande parte da sua vida à sua língua mãe, e este Acordo acabaria por fazer com que esse esforço fosse em vão. Aceitar este acordo seria o mesmo que cuspir na cara destes grandes artistas.
            Querem que sejam os professores e alunos a dar o primeiro passo, mas pelo que se pode ver, essa mudança vai surgir com muita dificuldade.











Ass: Death Master

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Verdade

Acordo todos os dias como qualquer ser humano,
E como todos eles tenho objectivos nesta minha realidade.
Todos procuram ser alguém, uns com esforço, outros envoltos num corrompido pano,
Quanto a mim, luto todos os dias para mostrar a verdade.

Maldita ignorância que me persegue e está em todos os que estão à minha volta,
E que apesar de estar habituado à sua presença, não passa de um obstáculo.
Esforço-me para a quebrar, mas há sempre quem por ela esteja envolta,
Havendo também quem pense que isto não passa de um espectáculo.

Já vi e participei em dezenas de conflitos,
Conflitos físicos e psicológicos.
Aprendi muito e experienciei o que muitos acham mitos,
Tornando-se egoístas os meus objectivos.

Aprendi muito com eles,
E por cada um, e por cada fragmento de aprendizagem, eu mudava.
Aumentava a minha sede por estes trabalhos reles,
Personificando dor e sofrimento, e lucrando sempre, que era o que esperava.

Apercebi-me do que estava a fazer,
Mas nunca me vou poder esquecer, porque já está marcado.
Contudo, não me esqueço do que aprendi nestes meus tempos de lazer,
E se o fiz antes, fá-lo-ei outra vez se for obrigado.

Não os usarei como dantes,
Serão usados numa causa mais nobre.
Participarão nesta luta, e sairão comigo triunfantes,
E enriqueceremos este povo pobre.

Contra o que é que eu luto?
Contra os vários sistemas, as várias formas da corrupção e de conspiração,
Que em conjunto, envolvem desde sempre o povo como um invisível vulto,
E o controla como fantoche desde então.

Luto também contra os vícios que conspurcam corpo e mente,
Aqueles que o povo alegremente ingere,
Destruindo vários órgãos através de fumo, líquido e pó, acabando na morte desta gente,
Que apesar disto saber, ignora, e chega a arrastar quem deste estilo de vida difere.


Já houve quem dissesse que me estou a esforçar em vão,
Que o que defendo não tem qualquer sentido,
Mas se não for eu a dar o primeiro passo, os ditos cientes do povo não o farão,
Ficando tudo dependente da manipulação que é o que é pedido.

Mas já houve quem dissesse que apesar de ser um homem,
Existe um herói dentro de mim.
Este apoio permite-me ir até onde outros não podem,
E acabará tudo como eu tenho dito, assim.

O que é certo, é que não descansarei enquanto não atingir o sucesso.
Acredito que o povo vai mudar de ideias e abandonar o que o destrói.
Atenção ao que eu digo é o que peço,
E se houver alguém a recusar, irá escolher-se uma de duas opções para o que corrói.

Estarei presente nesta pequena proposta.
Cada um faça a escolha que entende.
Contudo acrescento que a violência não é a resposta,
Mas cada vez mais creio que é a única linguagem que se compreende.
























Ass: Death Master