Olhem para eles.
Olhem para eles a andarem de um lado para o outro
como se a sua vida estivesse em jogo.
Chega esta data natalícia e as personalidades
alteram-se de tal forma que até eu fico surpreendido.
Ao vaguear pelas ruas, ou a descansar no telhado ou
ao espreitar pela janela, o que mais vejo são pessoas carregadas com sacos,
alguns dos quais parecem equivaler ao peso de quem os transporta.
É compreensível o porquê. É definido como dia de dar
e receber, mas o que se esquecem é que essa expressão não se refere à faceta
material da coisa, mas sim a algo que de palpável não tem nada.
Os produtos materiais oferecidos poderão muito bem
vir a ser esquecidos e a deteriorarem-se com o passar dos anos, mas actos como
ajudar o próximo são algo que se mantêm para todo o sempre, e é esse o
verdadeiro significado desta data que foi mais uma das que padeceu ao
materialismo.
Continuo a observá-las a andar de um lado para o
outro, e no topo do sítio onde estou, olho-os com um certo desprezo, mas devido
ao espírito da data, até alguém como eu se deixa influenciar, tal é a energia
sentida.
É impossível não esboçar um sorriso, não pelo
comportamento patético, mas sim por saber que é só uma questão de tempo até se
aperceberem do verdadeiro porquê deste dia.
Enquanto tal não acontece, irei continuar o meu
trabalho.
Death Master
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