Ao fim do dia sento-me e penso.
Penso no dia que passou,No antes desse e no que vem, penso,
E a deslumbrar tudo estou.
Felizmente que se pensa,
Mas também o é infelizmente,Porque por vezes cansa,
Mas também apazigua a mente.
Contudo, não se pensa somente.
Convive-se com tudo e todosNum tipo de lazer dito normal e contente,
E reservado aos banais modos.
A infância nasce outra vez desses modos.
Tempos de puro bem-estar,E sempre condicionado aos familiares estados,
E assim, contente, se deixa ficar.
A saudade surge,
Mas depressa é substituída pelo desprezo.Isto porque o consciente emerge
E o mal surge contra tudo o que rezo.
Essa infância é projectada no mundo,
Que se torna nela e no estado em que está fica.Contra a minha vontade, mudo,
E a minha existência fica mais rica.
Algo tenta emergir a partir de mim,
Algo com uma agressividade nunca vista.Algo que está farto de viver assim.
Algo que quer que a sua realidade exista.
A sociedade não está pronta para isto.
Talvez nunca esteja.Nem para isto, nem para a mudança que insisto,
E talvez a realidade nunca a veja.
As palpitações continuam.
Corpo e mente começam a mudar.De repente, aniquilações são o que animam,
E de preto e vermelho se começa tudo a pintar.
No interior de um herói há sempre um monstro.
Podem ter as mesmas intenções ou variar.Frente a frente o encontro,
E acabarei por me fartar de contra isto lutar.
Ass: Daniel Teixeira de Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário