terça-feira, 22 de março de 2011

Confissão

Nada sabe melhor que sentir o esforço valorizado
E a verdade sentida.
Ter o maior dos desejos concretizado,
Principalmente quando se tem a dificuldade como inimiga.

Os artistas vão e vêm.
Pena que não puxem de um trono e nele se sentem
Para que possam mostrar eternamente o modo como vêem,
E que o povo iluminem.

A rejeição deste desejo desfaz por completo o meu coração.
Podes não estar nas melhores das condições,
Mas aproveita aquela grande emoção.
Usa-a para te curares, e depois tratamos das tuas reparações.

Ignora a dificuldade!
Sei que há feridas novas,
Mas não tenhas medo de continuar a acreditar nesta identidade,
E continua a lançar as preces que rogas!

Faças o que fizeres,
Não pares por mais tentador que pareça!
Já viste onde chegámos com estes andares?
Daquilo que passámos, há quem muito careça.

O que seria de mim sem esta antiquíssima pátria?
O que aconteceria se eu não fosse tão patriótico?
O que aconteceria se eu não cantasse esta ária?
Estaria eu num estado ainda mais caótico?

Hm… dá que pensar. Começou tudo com a prosa. Nela surgiu o incentivo seguido do apoio. A complexidade aumentou. A proximidade e aquele sentimento também. Chegou a um ponto (e ainda aí se está) em que era incerto continuar ou parar. Qual foi o resultado? A obra, o engenho, e o talento tornaram-se mais complexos. O sentimento também. A vontade de lutar e o patriotismo não ficaram atrás. Contudo, está presente um persistente dilema, que a mim passou tal persistência. Pagaram-se preços, mas serão eles realmente preços, desafios, ou algum tipo de provas?

Contudo, nem só de prosa vive o homem.
Não é saudável prender-se apenas a uma forma de expressão.
Para isso existe esta poesia que ainda é jovem,
Mas já é capaz de exercer tamanha pressão.

Pena que só as palavras não sirvam.
Há quem não acredite e subestime.
Já houve alturas em que de opinião mudaram.
Porquê? Porque as acções surgiram de forma sublime.

            É assim que se vive. Tantas personalidades cuja presença continua a ser necessária, mesmo que cá não estejam. D. Afonso Henriques, Luís de Camões, Fernando Pessoa, José Saramago, e tantos, tantos outros. Podem não ter tido o respeito que mereciam em vida, mas já não é mau tê-lo após a morte. É assim a vida neste mundo.

A vida passa como as estações,
Mas não é reciclada como elas.
Já me queimam estes solarengos verões!
Há que esperar pela brancura dos descobrimentos marcados pelas velas.

            É assim a vida de artista.

Mas nesta poesia não entra nem ópio nem álcool,
Nem será alguma vez necessário.
Nada disto entra neste rol,
E manter este pensamento não é nada precário.

Basta sentir tudo e nada.
Ter força de vontade e algo para dizer.
Tal personalidade não consegue ficar parada.
Um vício tornou-se escrever.

            É estranho viver com tantas ideias a surgirem ao mesmo tempo. Tantos objectivos, e tantas formas de os expressar. Acaba-se por ficar indeciso entre as palavras e o aço.

Já chega de dilemas!
Que se junte o yin e o yang mais uma vez!
Está mesmo em frente a solução dos problemas!
É só insistir no que já se fez!

           
Tudo sabe melhor quando surge de um grande esforço. Para ter tamanha recompensa, vale sempre a pena.

Qual é a piada de ter a vida facilitada?
Uma vida sem luta é uma vida não vivida.
Vale sempre a pena ter a mensagem cantada,
E isto sim é que é vida!




































Ass: Daniel Teixeira de Carvalho

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