sábado, 3 de setembro de 2011

Caminhar por entre o tempo


No início nada havia,
E bastou uma explosão ou uma vontade
Para que passasse a haver.
Não interessa qual dos dois é culpado,
E muito menos o conflito entre cada estado.

A vida aos poucos se formou,
E ainda mais aos poucos evoluiu.
Da água se saltou,
E o ar nos pulmões se sentiu.

Cavernas, montanhas e pradarias
Trocaram o seu horror
Por alegres moradias,
Que mais tarde foram ensinadas como romarias.

Mudaram-se as gentes e os lugares,
Tal como os comportamentos e os pensares,
E a idade calma
Viu-se alarmada.

A dúvida e a descoberta fizeram-se sentir,
Alterando a monotonia do viver
E inclusive a do próprio ser,
Que com ele e com o meio passou a interagir.

A ciência evoluiu independentemente da Negra Idade
E da sua intensidade medieval,
E por vezes brutal.

Cedo a casa pareceu pequena.
Demasiado até para este curioso animal,
Que assim que pôde,
Lançou-se ao mar dito abismal,
E conquistou-o como qualquer outro mal.

Muito se aprendeu.
Talvez até demais.
Mas era inevitável que mais cedo ou mais tarde
Este bicho aperfeiçoasse a sua animalidade.

Ao contrário de um leão que afia as suas garras
Para se proteger e sobreviver,
Este outro aperfeiçoa as suas para vencer
E intocável permanecer.

Do aço ao chumbo.
De estocadas a disparos.
Milhares foram aqueles
Que caíram inocentes e desamparados.

Perdem-se uns valores para se ganharem outros.
Nascem vidas para que sejam perdidas
Em guerras descabidas
Que podiam muito bem ser pacificas,
Se não fosse a maldade a natureza
Daquele bicho que a corteja.

Felizmente que se aprende mais com os erros
Do que com o sucesso constante.
Contudo, não se vá pelo erro incessante,
Porque assim nunca se vai para diante.

Devido à pequenez da Terra,
E que pelo bicho está cada vez mais pequena,
Procura-se esperança,
Porque entre os culpados,
Existe sempre alguém que não o é,
E vê como sua obrigação rolar os dados,
E restaurar a bonança.

Nem só de pensar vive o Homem.
Deve-se também tornar o pensar real,
E para tal,
Continuo a minha caminhada por entre
Este eterno passeio temporal.











Ass: Daniel Teixeira de Carvalho






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