No
início nada havia,
E
bastou uma explosão ou uma vontadePara que passasse a haver.
Não interessa qual dos dois é culpado,
E muito menos o conflito entre cada estado.
A
vida aos poucos se formou,
E
ainda mais aos poucos evoluiu.Da água se saltou,
E o ar nos pulmões se sentiu.
Cavernas,
montanhas e pradarias
Trocaram
o seu horrorPor alegres moradias,
Que mais tarde foram ensinadas como romarias.
Mudaram-se
as gentes e os lugares,
Tal
como os comportamentos e os pensares,E a idade calma
Viu-se alarmada.
A
dúvida e a descoberta fizeram-se sentir,
Alterando
a monotonia do viverE inclusive a do próprio ser,
Que com ele e com o meio passou a interagir.
A
ciência evoluiu independentemente da Negra Idade
E
da sua intensidade medieval,E por vezes brutal.
Cedo
a casa pareceu pequena.
Demasiado
até para este curioso animal,Que assim que pôde,
Lançou-se ao mar dito abismal,
E conquistou-o como qualquer outro mal.
Muito
se aprendeu.
Talvez
até demais.Mas era inevitável que mais cedo ou mais tarde
Este bicho aperfeiçoasse a sua animalidade.
Ao
contrário de um leão que afia as suas garras
Para
se proteger e sobreviver,Este outro aperfeiçoa as suas para vencer
E intocável permanecer.
Do
aço ao chumbo.
De
estocadas a disparos.Milhares foram aqueles
Que caíram inocentes e desamparados.
Perdem-se
uns valores para se ganharem outros.
Nascem
vidas para que sejam perdidasEm guerras descabidas
Que podiam muito bem ser pacificas,
Se não fosse a maldade a natureza
Daquele bicho que a corteja.
Felizmente
que se aprende mais com os erros
Do
que com o sucesso constante.Contudo, não se vá pelo erro incessante,
Porque assim nunca se vai para diante.
Devido
à pequenez da Terra,
E
que pelo bicho está cada vez mais pequena,Procura-se esperança,
Porque entre os culpados,
Existe sempre alguém que não o é,
E vê como sua obrigação rolar os dados,
E restaurar a bonança.
Nem
só de pensar vive o Homem.
Deve-se
também tornar o pensar real,E para tal,
Continuo a minha caminhada por entre
Este eterno passeio temporal.
Ass:
Daniel Teixeira de Carvalho
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