Medo. O que é o medo? O
que é o medo para além de uma resposta interna face a algo externo ou mais
interno ainda? Muitos defendem que é graças ao medo que somos o que somos e que
estamos onde estamos, e, para ser sincero, não estão absolutamente errados.
Ao temer algo estamos a reconhecer que esse algo pode ser
bastante danoso para nós ou para terceiros. Face a isto, uma de duas coisas
acontecem: ou se vive com medo ou se reúnem as condições necessárias para o
superar. Assim foi desde sempre, assim é, e possivelmente assim sempre será.
O medo, por si só, não é mais que um obstáculo, obstáculo
esse que, por definição, foi feito para ser quebrado, bastando apenas que a
pessoa em questão o queira. Principais entraves? O comodismo e o próprio medo
em si. Conformismo no sentido de se acreditar que o risco de deixar o estilo de
vida que se vive num determinado momento para enfrentar o próprio medo não vale
a pena.
Podemos tornar as coisas mais interessantes e dizer que
não há problema nenhum em ter medo, uma vez que é algo absolutamente natural, o
que, por sua vez, é absolutamente correcto. Ter medo é um bom sinal. É sinal de
que não se é estúpido o suficiente para desvalorizar a potencial ameaça que daí
possa advir. Contudo, enquanto que ter medo não é um problema, viver com medo é
uma catástrofe enorme. A partir do momento em que nos conformamos com a sua
presença e com a realidade de que daí advém, tudo muda, e aquilo que era uma
vida com brilhante potencial, torna-se numa mera sombra do que apenas poderia
ser.
Mas deixemo-nos de conversa fiada, pois não é por isso
que aqui vieste. Senta-te e diz-me, do que tens medo? O que é que te mantém
acordado durante a noite? É a mulher? O marido? Os filhos? Aquele ou aquela
nova colega e aquilo que essa pessoa te faz sentir? O não conseguir pagar as
contas ao fim do mês? O não conseguir ser alguma coisa na vida? Ah, antes de
responderes, deixa-me já fazer a pergunta que realmente interessa e que é muito
mais importante que todas estas: estás disposto a enfrentar esse medo, ou já
permitiste que ele se tornasse parte de ti?
Como dizes e bem, ter medo é ter noção do perigo e há riscos que não vale a pena correr só para mostrar ser corajoso. Sinal de lucidez, inteligência!
ResponderEliminarPor outro lado, fazer algo que nunca fizemos dá um certo medo, por menor que seja o risco... Também acontece e muito!
Ter medo de me mandar para a água com 3m de profundidade sem colete (ou braçadeiras) :) é legítimo, nunca o fiz. Quem me garante que venho ao cima? E o risco que é ficar lá baixo? Se calhar não compensa!
Ainda há o "medo psicológico", se fizer isto ou aquilo não há o risco de morrer ou me aleijar mas... O risco do "NÃO" é tão ou mais "perigoso" que o que tem consequências físicas. É aquele que mais influência as decisões do dia-a-dia. Se em determinado momento não tivesse medo de receber uma resposta contrária à que queria, provavelmente até tinha recebido a que me interessava e talvez nada fosse igual!!!
Termino... É bom ter medo e é graças a ele "que somos o que somos e que estamos onde estamos".
Haverá sempre uma ténue linha que separa o comodismo do desconhecido, e cabe a nós e só a nós decidir em que lado estar. Contudo, várias serão as oportunidades que nos ensinarão que vale a pena correr riscos.
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