Infortúnio
dos infortúnios
Porque
diariamente passo,
Forjados
por intemporais descuidos
E
temperados com um negro fado
Viver
de esperanças e sonhos,
Alimentando-os
como se de futuros filhos fosse,
Apenas
para os ver abandonados
E
impregnados num amor precoce
Incorrespondido
é esse amor,
Pois
se tal não fosse o caso,
Habitar-se-ia
num outro calor
Confortável
e sereno como um materno regaço
Mas
não adianta combater este fado,
Ou
pelo menos assim se aparenta,
Pois
pelo rolar de um qualquer divino dado
Do
sofrimento causado alguém se alenta
Levantar,
cair, rastejar e repetir,
Falhar,
crer iludido e para um infinito ciclo condenado
Um
ciclo demasiado forçado para partir,
Mas
silêncio agora, pois tem que se viver o fado
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