segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Fado

Infortúnio dos infortúnios
Porque diariamente passo,
Forjados por intemporais descuidos
E temperados com um negro fado

Viver de esperanças e sonhos,
Alimentando-os como se de futuros filhos fosse,
Apenas para os ver abandonados
E impregnados num amor precoce

Incorrespondido é esse amor,
Pois se tal não fosse o caso,
Habitar-se-ia num outro calor
Confortável e sereno como um materno regaço

Mas não adianta combater este fado,
Ou pelo menos assim se aparenta,
Pois pelo rolar de um qualquer divino dado
Do sofrimento causado alguém se alenta

Levantar, cair, rastejar e repetir,
Falhar, crer iludido e para um infinito ciclo condenado
Um ciclo demasiado forçado para partir,

Mas silêncio agora, pois tem que se viver o fado 

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