sábado, 21 de dezembro de 2013

A caminho do horizonte

Parte de mim para mim olha
Levado em lágrimas infinitas,
E agarrado a uma estranha folha,
Começa a murmurar palavras perdidas.

Pede-me misericórdia, que me sente e o compreenda,
Mas tal não me é possível fazer,
Pois os danos por ele feitos não têm emenda,
E por ele durante um longo tempo não pude viver.

Corre na minha direcção perante a minha negação
E desfere débeis socos no meu peito.
Chamá-lo à razão foi a minha intenção,
Mas com ele nada feito.

Era possível viver sem este desfecho,
Com ele apenas a lembrar-me do que merecia ser lembrado,
Mas quereriam as intenções dele este fecho,
E assim perdi o meu passado excessivamente estimado.

Mais uma vez pedi-lhe para parar,
Mas tal ele não quis.
Na minha arma me vi a pegar,
E disparar sobre ele foi o que fiz.

Olhei os estragos por um segundo,
E dei por mim a inspirar fundo.
Assim desapareceu ele deste mundo,
Mesmo debaixo do céu nocturno.

Nenhuma razão realmente houve para tanto sofrer,
Tudo ideias de alguém de pouca idade,
Com muito ainda para aprender
E ainda mais no que toca a descobrir a verdade.

No horizonte vejo nascer a aurora
Algo um tanto ou quanto raro,
E na sua direcção sigo a esta hora,
Deixando morto parte do meu passado.


Ass: Daniel Teixeira de Carvalho

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