Parte
de mim para mim olha
Levado
em lágrimas infinitas,
E
agarrado a uma estranha folha,
Começa
a murmurar palavras perdidas.
Pede-me
misericórdia, que me sente e o compreenda,
Mas
tal não me é possível fazer,
Pois
os danos por ele feitos não têm emenda,
E
por ele durante um longo tempo não pude viver.
Corre
na minha direcção perante a minha negação
E
desfere débeis socos no meu peito.
Chamá-lo
à razão foi a minha intenção,
Mas
com ele nada feito.
Era
possível viver sem este desfecho,
Com
ele apenas a lembrar-me do que merecia ser lembrado,
Mas
quereriam as intenções dele este fecho,
E
assim perdi o meu passado excessivamente estimado.
Mais
uma vez pedi-lhe para parar,
Mas
tal ele não quis.
Na
minha arma me vi a pegar,
E
disparar sobre ele foi o que fiz.
Olhei
os estragos por um segundo,
E
dei por mim a inspirar fundo.
Assim
desapareceu ele deste mundo,
Mesmo
debaixo do céu nocturno.
Nenhuma
razão realmente houve para tanto sofrer,
Tudo
ideias de alguém de pouca idade,
Com
muito ainda para aprender
E
ainda mais no que toca a descobrir a verdade.
No
horizonte vejo nascer a aurora
Algo
um tanto ou quanto raro,
E
na sua direcção sigo a esta hora,
Deixando
morto parte do meu passado.
Ass:
Daniel Teixeira de Carvalho
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