Impossível
me era saber
Que
este dia tão cedo chegaria.
A
surpresa foi tal
Que
nem nos meus melhores dias a primeira bala sentiria.
As
mãos à barriga deitei.
Para
elas sangrei.
Em
frente olhei
E
de onde ela veio pensei.
Não
tive tempo de responder.
Uma
bota veio contra mim
E
contra o chão caí
Ainda
com menos a perceber.
A
cabeça levantei
E
mais uma salva de tiros levei.
Quase
sem forças, levantar-me tentei
Só
para perceber que redondamente errei.
Algo
colidiu com as minhas pernas,
Algo
rijo o suficiente para as partir.
Não
contava aquela garagem com gritos nas suas entranhas,
Mas
foi o que fiz, pois não me era possível rir.
Para
longe rastejei,
Ou
pelo menos tentei.
Lentamente,
ele se aproximava,
E
reparei que uma pistola ele empunhava.
A
intenção dele era clara.
Não
me adiantava tentar fugir.
De
barriga para cima me estendi,
E
para ele me dirigi.
Cuspindo
o meu sangue,
Incentivei-o
a comigo acabar.
Olhando
para dentro do seu capuz,
A
sua identidade não tinha que enganar.
Sorri
uma última vez enquanto o gatilho era premido.
Apesar
de tudo o que podia acontecer,
Fico
contente por ter sido às mãos de algo que crio
Que
eu acabo por morrer,
Caso
contrário estaria um bocado desiludido.
Ass:
Daniel Teixeira de Carvalho
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