quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A Morte de um Louco

Impossível me era saber
Que este dia tão cedo chegaria.
A surpresa foi tal
Que nem nos meus melhores dias a primeira bala sentiria.

As mãos à barriga deitei.
Para elas sangrei.
Em frente olhei
E de onde ela veio pensei.

Não tive tempo de responder.
Uma bota veio contra mim
E contra o chão caí
Ainda com menos a perceber.

A cabeça levantei
E mais uma salva de tiros levei.
Quase sem forças, levantar-me tentei
Só para perceber que redondamente errei.

Algo colidiu com as minhas pernas,
Algo rijo o suficiente para as partir.
Não contava aquela garagem com gritos nas suas entranhas,
Mas foi o que fiz, pois não me era possível rir.

Para longe rastejei,
Ou pelo menos tentei.
Lentamente, ele se aproximava,
E reparei que uma pistola ele empunhava.

A intenção dele era clara.
Não me adiantava tentar fugir.
De barriga para cima me estendi,
E para ele me dirigi.

Cuspindo o meu sangue,
Incentivei-o a comigo acabar.
Olhando para dentro do seu capuz,
A sua identidade não tinha que enganar.

Sorri uma última vez enquanto o gatilho era premido.
Apesar de tudo o que podia acontecer,
Fico contente por ter sido às mãos de algo que crio
Que eu acabo por morrer,
Caso contrário estaria um bocado desiludido.


















Ass: Daniel Teixeira de Carvalho

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