É dito para viver cada dia como se fosse o último,
Mas quando se pergunta o porquê,Nada em concreto é dito pelo púlpito
Devido à subjectividade que sempre se vê.
Viver o dia por ser dia?
Mas uma vida é demasiado grande para um só dia,E um dia que é dia,
Não é dia para a vida, apenas parte dela.
Partes de um todo que sem todo não tinha partes,
Porque só partindo o todo é que se tem as partes,E são essas partes que fazem as artes
E também os desastres.
Artes e desastres do dia que é pedido para ser vivido,
E que acaba por o ser sem grande vontade,E por ficar dividido
Entre arte ou desastre, com ou sem bondade.
Mas o dia tem partes que o fazem dia:
Dia e noite,E qual é que deve ser realmente vivido?
Ao abusar de um, passa a ser o outro.
Viver o dia como se fosse noite
Faria do dia noite e da noite dia,E viver a noite como se fosse dia
Faria da noite dia e do dia noite.
Tantas trocas sem sentido que acabam por o ter,
Aliás, sempre lá esteve,Só é preciso atenção para o ver
Porque nem sempre é o que parece ser.
Tanta a confusão entre dia e noite,
Que juntos fazem o dia propriamente dito,E que deve ser vivido,
Porque se não o fosse, não valeria a pena viver.
Vida e morte são como o dia e a noite do dia,
Ao abusar de um, passa a ser o outro,Porque apesar de diferentes,
São os dois formas de vida.
E afinal de contas,
Vive-se para morrer,Ou viver o dia para descansar na noite,
Ou ao contrário.
No meio de um tema em que a certeza é incerta,
Acabei por me perder.Talvez seja melhor ver se a incerteza é certa,
Mas para já, tenho partes de um dia para viver.
Ass: Daniel Teixeira de Carvalho
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