quarta-feira, 13 de julho de 2011

Poema sem sentido

É dito para viver cada dia como se fosse o último,
Mas quando se pergunta o porquê,
Nada em concreto é dito pelo púlpito
Devido à subjectividade que sempre se vê.

Viver o dia por ser dia?
Mas uma vida é demasiado grande para um só dia,
E um dia que é dia,
Não é dia para a vida, apenas parte dela.

Partes de um todo que sem todo não tinha partes,
Porque só partindo o todo é que se tem as partes,
E são essas partes que fazem as artes
E também os desastres.

Artes e desastres do dia que é pedido para ser vivido,
E que acaba por o ser sem grande vontade,
E por ficar dividido
Entre arte ou desastre, com ou sem bondade.

Mas o dia tem partes que o fazem dia:
Dia e noite,
E qual é que deve ser realmente vivido?
Ao abusar de um, passa a ser o outro.

Viver o dia como se fosse noite
Faria do dia noite e da noite dia,
E viver a noite como se fosse dia
Faria da noite dia e do dia noite.

Tantas trocas sem sentido que acabam por o ter,
Aliás, sempre lá esteve,
Só é preciso atenção para o ver
Porque nem sempre é o que parece ser.

Tanta a confusão entre dia e noite,
Que juntos fazem o dia propriamente dito,
E que deve ser vivido,
Porque se não o fosse, não valeria a pena viver.

Vida e morte são como o dia e a noite do dia,
Ao abusar de um, passa a ser o outro,
Porque apesar de diferentes,
São os dois formas de vida.

E afinal de contas,
Vive-se para morrer,
Ou viver o dia para descansar na noite,
Ou ao contrário.

No meio de um tema em que a certeza é incerta,
Acabei por me perder.
Talvez seja melhor ver se a incerteza é certa,
Mas para já, tenho partes de um dia para viver.





Ass: Daniel Teixeira de Carvalho

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