Um,
dois, três,
Aí
vem ele outra vez.
Quatro,
cinco, seis, sete,
Já
escorre o meu sangue pelo tapete.
Oito,
nove, dez,
Ainda
não sarou aquilo que ele me fez.
Onze,
doze, treze, catorze,
Já
está em brasa a sua lâmina de bronze.
Quinze,
dezasseis, dezassete,
Começa
a acariciar-me a sua machete.
Dezoito,
dezanove, vinte,
A
minha carne dilacerada é ponto assente.
Vinte
e um, vinte e dois, vinte e três,
Aqui
está ele outra vez!
Vinte
e quatro, vinte e cinco, vinte e seis,
Meu
Senhor, eu peço que a minha alma acolheis!
Vinte
e oito, vinte e nove, trinta,
Já
nada resta da minha cinta.
Trinta
e um, trinta e dois, trinta e três,
Ele
continua a mutilar-me uma e outra vez.
Trinta
e quatro, trinta e cinco, trinta e seis,
Porque
é que não me ajudais?
Trinta
e sete, trinta e oito, trinta e nove,
Que
mal fiz eu ao vosso nome?
Quarenta,
quarenta e um, quarenta e dois,
Estamos
aqui sós.
Quarenta
e três, quarenta e quatro, quarenta e cinco,
Do
meu corpo nada sinto.
Quarenta
e seis, quarenta e sete, quarenta e oito,
Já
não sou capaz de sentir nenhum açoite.
Quarenta
e nove, cinquenta,
Nada
mais me atormenta.
Cinquenta
e um, cinquenta e dois,
Ali
estão eles a sós.
Cinquenta
e três, cinquenta e quatro,
Inanimado
já não me levanto.
Cinquenta
e cinco, cinquenta e seis, cinquenta e sete,
Rezo
para que a minha alma me leve.
Cinquenta
e oito, cinquenta e nove, sessenta,
Espero
que desta vez a morte seja certa.
Sem comentários:
Enviar um comentário