sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Um momento

A deslumbrante luz da vida
De uma débil chama não passa
Quando confrontada com a derradeira sina
Que extinguirá a sua marca.

Uma eternidade finita vivida,
Uma eternidade finita sofrida,
Ou pelo menos o é se assim foi sentida,
Pois não há vida sem a dor sua amiga.

Podem negá-lo e contrapor,
Alegando um nascimento de ouro banhado,
Mas também certa é a dor
Independentemente de quem seja o destinado.

Um momento, um suspiro,
Um dia que depressa se torna noite.
Um novelo que agora é um fio,
Débil como sempre foi, e que sorte.

É bela a fragilidade,
E é ela que lhe dá valor.
De que valeria a eternidade
Sem qualquer tipo de ardor?

Viva-se pois então!
Com animosa e cuida atenção,
Pois a imprevisibilidade tem razão
E não é meiga quando se lhe opõe qualquer questão.

Que se gira o tempo com cuidado,
Após perdido não há outro.
Vive-se um momento acordado
E uma eternidade morto.

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