Numa destas noites decidi fugir a rotina do
dia-a-dia procurando uma qualquer actividade capaz de satisfazer os meus
gostos.
Deparei-me com uma peça de teatro e fiquei, de certa
forma, animado. Ao menos tratava-se de algo capaz de transmitir um pouco de
cultura.
Toda ela homenageava a mulher, não tivesse o dia da
mulher surgido há poucos dias, e ao ver as várias imagens de mulheres a serem
tratadas como objectos de prazer e como sacos de pancada, ao ver rostos
distorcidos por apedrejamento, fogo e ácido, ao olhar aqueles olhos que
silenciosamente gritavam de dor, consegui ver as próprias cenas, vi as pedras a
serem arremessadas contra o meu rosto, o fogo a ser-me ateado e o ácido a
ser-me derramado. Senti a minha dignidade como ser humano a desaparecer
enquanto aquela mistura de dor me consumia o que resta do meu corpo.
Contudo, apesar do que senti, os rostos das imagens que
eram projectadas foram quem realmente sofreu, enquanto que eu apenas senti uma
porção, mas o suficiente para querer mudar as coisas.
De momento encontro-me enclausurado, pelo que só
poderei passar os meus planos em prática daqui a alguns anos, mas nada me impede
de praticar.
Irei caçar esses bastardos inglórios e fazê-los
pagar pelo sofrimento que causaram às mulheres em que tocaram! Irei persegui-los
um a um, a começar pelos lacaios e subir pela cadeia alimentar até ter a
certeza que mais ninguém irá sofrer!
Se formos a esperar que a lei defenda estas pobres
almas, outros milhares perecerão, e mesmo que se chegue a uma decisão, será
tarde demais.
A lei foi feita pelo Homem, e é por isso que é
imperfeita e difícil de se confiar.
Aqueles que causam este sofrimento atroz não passam
de animais, e serão abatidos como tal.
Será apenas uma questão de tempo.
Death Master
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