Aprendemos
a viver cada momento
Como
se fosse único e perfeito,
Mas
de dor não fica isento
Aquele
que fica com o sonho desfeito.
Viver
ao sabor do vento
Pairar
sob o calor do sol
Apenas
para que, com o tempo,
Ser
colhido por um doentio anzol.
Colhidos,
desprovidos de felicidade,
Embebidos
em depressão,
Rodeados
por falsidade
E
destruídos por dentro, ficando sem coração.
Não
adianta ter pena,
Nem
prolongar o sofrimento.
O
melhor a fazer é tornar a alma serena,
Domá-la
e acalmar o seu Inferno.
Instantaneamente,
a vida ganha uma nova cor,
Ou
melhor, a perda de várias,
Porque
agora a dor tem sabor
E
consegue ser saciada através das várias escumalhas.
Simplesmente
se passa a apreciar
Todo
o mal em todo o seu esplendor,
Tanto
por na nossa essência se criar,
Como
também noutros se abater como um faminto predador.
Está
claro o mal das acções,
Mas
e quanto às palavras?
Claras
são também as razões
Que
defendem que elas não são nada calmas.
Um
corpo partido pode ser curado,
Mas
o mesmo não pode ser dito
De
um espírito que foi quebrado
E
que se convenceu de que está perdido.
Longo
e tortuoso é esse caminho,
Cheio
de obstáculos colossais
E
sem qualquer sentido,
Apenas
para nos fazer crer que não passamos de animais.
E
animais nos tornamos.
Frios
e calculistas ficamos,
Algo
longe de humanos,
Mas
ainda assim humanos.
Sentir
tornar-se uma palavra estranha,
E
chorar faz-lhe companhia,
Pois
nenhuma lágrima se apanha
No
deserto que se tornou esta vida.
Contudo,
há necessidade de se expressar.
As
palavras ajudam e muito,
Pois
são elas que ficam a chorar,
Ou
pelo menos parece-lo é o seu intuito.
Mas
até ela fazem sacrifícios,
Ou
melhor, os mesmos são precisos
Para
que elas cumpram os seus objectivos
E
não bloqueiem em momentos indecisos.
Aqui
estou, com um novo corte no braço,
Aproveitando
o líquido que escorre,
Calmamente,
para o papel que abraço,
E
que espera que eu o decore.
Sentir
não se sente,
Apenas
existe a “desesperada” tentativa.
No
fim só se mente,
E
espera-se pela respectiva medida punitiva.
Que
tudo corra pelo melhor.
Ass: Daniel Carvalho
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